Muitas
pessoas não entendem o proceder de um verdadeiro cristão, muitas acreditam que
o fato de sermos diferentes nos faz inferiores, incapazes, defeituosos. “Por
que não podem se vestir que nem todo mundo? Por que não podem ouvir músicas
normais? Por que não podem falar como todo mundo? Por que não podem ler menos aquela
bíblia lá? Por que não podem fazer sexo antes do casamento? Por que não podem
fazer nada divertido?” Pra maioria das pessoas essa é a explicação, porque nós
não podemos. Mas nós podemos, não é verdade? Não ganhamos de Deus o livre
arbítrio para escolher fazer o que quisermos? Mas se nós podemos, então porque
escolhemos não fazer?
"’Tudo é permitido’, mas nem tudo convém. ‘Tudo é permitido’, mas nem tudo edifica.” [1 Coríntios 10:23]
Eu
sempre tive uma relação muito forte com a música, desde muito nova, e na minha
pré-adolescência eu amava ouvir todo tipo de música. Como eu era apaixonada
pelo Espanhol, fazia questão de procurar todo artista espanhol, mexicano,
argentino (...) que eu conseguisse, tinha uma pasta no meu computador com cerca
de duas mil músicas em espanhol, e nenhuma delas falava de Deus. Eram baladas
românticas, músicas pop, eletrônica, que me entrertiam durante todo o dia.
Quando completei 15 anos, comecei a me envolver nas atividades do ministério de
louvor da minha igreja, e uma das teclas que minha líder sempre batia nas
reuniões com o ministério era a música secular. Aquilo me incomodava muito! Por
fora eu dizia que não era o tipo de música que eu escutava que iria definir meu
nível de fidelidade ao Senhor, mas por dentro eu sentia o incômodo de estar
ignorando algo que ouvia quase sempre. Um dia, tive a curiosidade de perguntar
à minha líder qual o problema de ouvir música secular, e ela me respondeu com
outra pergunta: “Quando você ouve uma música secular, exatamente em que momento
você se sente edificada por Deus?”. A conversa morreu aí, e eu fiquei remoendo
aquela pergunta. Se o meu objetivo principal era estar mais perto de Deus e
agradá-lo, eu fazia aquilo durante as horas em que eu ouvia aquelas músicas?
Exclui
todas as músicas seculares do meu computador naquele dia. Tomei uma medida
drástica porque essa era a área que mais precisava ser modificada naquele
momento. “Então ouvir música secular é pecado?” Não, não é. Mas a partir do
momento em que a música toma uma parte maior da minha vida, parte que deveria
estar sendo ocupada pelo desejo de conhecer a Deus cada vez mais, então eu fico
vulnerável, e quando estamos vulneráveis somos mais suscetíveis ao pecado.
Não
foi tão fácil parar de ouvir minhas músicas favoritas, mas eu fiz isso. Eu
anulei um desejo meu pela minha comunhão com Deus. É isso que é ser um
verdadeiro cristão, estar disposto a anular a sua vontade dia após dia para
seguir a vontade do nosso Senhor.
No
meu caso a coisa foi mais fácil, eu deixei de ouvir algumas músicas que logo eu
substitui por centenas de outras músicas evangélicas, tão boas quanto as que eu
ouvia e que ainda me faziam sentir mais perto de Deus. Mas e nos casos mais
sérios? E quando o que se precisa largar é aquele namorado que só faz você se
afastar de Deus? E quando se precisa largar os vícios? Os “amigos”? Isso é fácil?
Não, é uma luta diária, e muitas vezes nós podemos vir a fraquejar. O que vai
nos diferenciar dos demais é se vamos permitir que nossa vida seja definida
pelas nossas fraquezas ou se vamos permitir que o Senhor nos fortaleça para que
não voltemos a cair.
Já
ouvi muitas vezes de alguns amigos que não conhecem a Deus a frase “Não sei como você consegue viver assim!”, mas imaginando a
minha vida sem o amor e a misericórdia de Deus, eu é que não sei como alguém
consegue viver sem Ele. Que possamos propagar o evangelho puro de Deus e
mostrar pra todos o que é viver segundo à Sua vontade. Que sejamos cada
vez mais diferentes desse mundo.
“Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.” [João 9:5]
Até
a vista!
M.M.
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