domingo, 10 de novembro de 2013

Defeito de fabricação



Muitas pessoas não entendem o proceder de um verdadeiro cristão, muitas acreditam que o fato de sermos diferentes nos faz inferiores, incapazes, defeituosos. “Por que não podem se vestir que nem todo mundo? Por que não podem ouvir músicas normais? Por que não podem falar como todo mundo? Por que não podem ler menos aquela bíblia lá? Por que não podem fazer sexo antes do casamento? Por que não podem fazer nada divertido?” Pra maioria das pessoas essa é a explicação, porque nós não podemos. Mas nós podemos, não é verdade? Não ganhamos de Deus o livre arbítrio para escolher fazer o que quisermos? Mas se nós podemos, então porque escolhemos não fazer?

 

 "’Tudo é permitido’, mas nem tudo convém. ‘Tudo é permitido’, mas nem tudo edifica.” [1 Coríntios 10:23]

Eu sempre tive uma relação muito forte com a música, desde muito nova, e na minha pré-adolescência eu amava ouvir todo tipo de música. Como eu era apaixonada pelo Espanhol, fazia questão de procurar todo artista espanhol, mexicano, argentino (...) que eu conseguisse, tinha uma pasta no meu computador com cerca de duas mil músicas em espanhol, e nenhuma delas falava de Deus. Eram baladas românticas, músicas pop, eletrônica, que me entrertiam durante todo o dia. Quando completei 15 anos, comecei a me envolver nas atividades do ministério de louvor da minha igreja, e uma das teclas que minha líder sempre batia nas reuniões com o ministério era a música secular. Aquilo me incomodava muito! Por fora eu dizia que não era o tipo de música que eu escutava que iria definir meu nível de fidelidade ao Senhor, mas por dentro eu sentia o incômodo de estar ignorando algo que ouvia quase sempre. Um dia, tive a curiosidade de perguntar à minha líder qual o problema de ouvir música secular, e ela me respondeu com outra pergunta: “Quando você ouve uma música secular, exatamente em que momento você se sente edificada por Deus?”. A conversa morreu aí, e eu fiquei remoendo aquela pergunta. Se o meu objetivo principal era estar mais perto de Deus e agradá-lo, eu fazia aquilo durante as horas em que eu ouvia aquelas músicas?

Exclui todas as músicas seculares do meu computador naquele dia. Tomei uma medida drástica porque essa era a área que mais precisava ser modificada naquele momento. “Então ouvir música secular é pecado?” Não, não é. Mas a partir do momento em que a música toma uma parte maior da minha vida, parte que deveria estar sendo ocupada pelo desejo de conhecer a Deus cada vez mais, então eu fico vulnerável, e quando estamos vulneráveis somos mais suscetíveis ao pecado.

Não foi tão fácil parar de ouvir minhas músicas favoritas, mas eu fiz isso. Eu anulei um desejo meu pela minha comunhão com Deus. É isso que é ser um verdadeiro cristão, estar disposto a anular a sua vontade dia após dia para seguir a vontade do nosso Senhor.

No meu caso a coisa foi mais fácil, eu deixei de ouvir algumas músicas que logo eu substitui por centenas de outras músicas evangélicas, tão boas quanto as que eu ouvia e que ainda me faziam sentir mais perto de Deus. Mas e nos casos mais sérios? E quando o que se precisa largar é aquele namorado que só faz você se afastar de Deus? E quando se precisa largar os vícios? Os “amigos”? Isso é fácil? Não, é uma luta diária, e muitas vezes nós podemos vir a fraquejar. O que vai nos diferenciar dos demais é se vamos permitir que nossa vida seja definida pelas nossas fraquezas ou se vamos permitir que o Senhor nos fortaleça para que não voltemos a cair.

Já ouvi muitas vezes de alguns amigos que não conhecem a Deus a frase “Não sei como você consegue viver assim!”, mas imaginando a minha vida sem o amor e a misericórdia de Deus, eu é que não sei como alguém consegue viver sem Ele. Que possamos propagar o evangelho puro de Deus e mostrar pra todos o que é viver segundo à Sua vontade. Que sejamos cada vez mais diferentes desse mundo.

  “Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.” [João 9:5] 

Até a vista!
M.M.



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